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sábado, 28 de janeiro de 2012

Vaidade infantil.


Quem não gosta de “emperiquitar” o filho? Não é um charme uma menininha de pulseiras e até mesmo de óculos de sol infantil, aqueles que imitam os modelos adultos? E os garotinhos de camisa e terno, deixam ou não deixam o papai de peito estufado? Fala que você não correu para pegar a máquina fotografia ao deparar-se com a sua ‘mocinha’ tentando equilibrar-se no seu salto alto preferido. Sim, é uma graça, mas tudo tem limite. A vaidade é algo normal na criança, principalmente nas meninas. O problema começa a surgir quando essa vaidade caminha para o exagero. São muitos os sinais. É preciso prestar atenção e ‘ligar o botão’ da preocupação quando, por exemplo, a criança gosta de ficar apenas com os adultos ou quando troca as brincadeiras com os amiguinhos por uma tarde de tratamento no salão de beleza.
  A matéria abaixo, da Folha Online, fala mais sobre assunto. 
 
Vaidade infantil não deve ser culto à beleza física, afirma psicóloga
  Link: http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u446705.shtml
ERIKA MORAIS
da Revista da Hora

Imitar adultos faz parte da infância e, para especialistas, a brincadeira é saudável. Para a psicóloga Patricia Spada é normal que as crianças procurem uma identificação com o mundo adulto. Segundo ela, "o problema acontece quando a imitação vira um culto à beleza física, e a vaidade começa a ganhar mais espaço na vida das crianças do que deveria".

A dona-de-casa Lídia Maria Alves, 34 anos, diz que é difícil lidar com a vaidade da filha Caroline, 9 anos. "Ela quer fazer escova, pintar as unhas e viver maquiada", conta a mãe, que procura colocar limites. "Deixo algumas vezes, mas não dá para permitir certas coisas", conta.

Para Harumi Nemoto Kaihami, psicóloga do Hospital Sírio-Libanês, é preciso saber dizer "não". "Dizer 'não' envolve sempre ser firme e responsável pela integridade da criança e, acima de tudo, com amor", afirma.

Saiba como lidar com a vaidade infantil

Quando geralmente começa
- Desde muito pequenas, por volta de 1 ano de idade, as crianças começam a imitar o que vêem. Basta entrarem no universo da compreensão para adotarem um comportamento imitativo
- Meninos e meninas, por volta dos 5 ou 6 anos, tendem a imitar os pais
- As meninas podem querer vestir as roupas e os sapatos das mães e usar maquiagem
- Meninos podem sentir vontade de se barbear e admirar os "músculos" no espelho

É saudável quando
- Trata-se de uma brincadeira
- A menina vai "treinando" para ser mulher
- Os meninos procuram ganhar referências de figuras masculinas
- A vaidade tem limites impostos pelos pais

É prejudicial quando
- A vaidade se torna obsessiva
- A criança quer se parecer com um adulto na forma de se vestir no dia-a-dia
- A preocupação com a imagem passa a ser a prioridade da criança
- Existe um impulso consumista por roupas e cosméticos
- A criança deixa de comer com a preocupação de emagrecer

O papel dos pais
- Os pais são as primeiras referências de uma criança. Eles devem dar o exemplo e ficar atentos com exageros em relação à sua própria vaidade
- É importante diferenciar o que é uma brincadeira de se maquiar em casa e o que é sair de casa para ir à escola, todos os dias, de maquiagem
- O acompanhamento do dia-a-dia da criança é fundamental
- O diálogo é sempre o melhor caminho. Converse com seu filho e mostre que há coisas mais importantes do que a supervalorização da beleza física
- Incentive a criança a se aceitar como ela é
- Saiba dizer "não". Se a situação for recorrente e a conversa não for suficiente, aplique um castigo, deixando a criança sem um brinquedo que ela gosta por uns dias. Mas se lembre sempre de ter bom senso

Fontes: Patricia Spada, especialista em psicologia infantil da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); Raul Gorayeb, do Cria (Centro de Referência da Infância e Adolescência); e Harumi Nemoto Kaihami, psicóloga do Hospital Sírio-Libanês